A clandestinidade dos nossos encontros reforçavam a ideia de revolução. Despejaste em meu cotidiano bandeiras e explosivos de afeto. Eu tentava manter a lei, mas teus braços subversivos enclausuravam meus direitos, e eu, ilegal, me rendia aos teus crimes apaziguadores. Até então, eu não tinha certeza na realidade desse sonho. A beleza ao teu redor, hipnotizante e amarela, parecia-me irreal, às vezes. Algo ofuscava o brilho, enfraquecendo a luz. Hoje eu sei. Era simplesmente insegurança que, com o tempo, se desfez.
(O caos dissolvido na saliva).
Nada nos preocupa, nem a vida. A morte é filme. Basta-nos as mãos dadas, e um pouco de privacidade. Dois corpos palpitantes, simétricos, que dançam ao som do silêncio. A gravidade inexiste, e voamos. À lua, às galáxias. Eduquei-me, ao teu lado. Aperfeiçoei minha fala, tornei-me pontual; tu, sistema educacional perfeito. Devo ser mesmo de sorte, ou, vai ver, a vida assim quis, simples e com sorrisos. Se assim for, peço à vida apenas uma coisa: a eternidade desse querer.
(Deixa envolver, o amor cuida do resto).
domingo, 31 de maio de 2009
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2 comentários:
às vezes acho que o certo é mesmo acreditar na célebre frase: "Love is all you need."
ótimo texto!
chorei!
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