No retorno do trabalho, um cão. Sem força nos membros inferiores, impossibilatado de locomover-se na avenida, onde suplicava, em uivos, por socorro. Eu era o cão. Ao entrar na casa, me vi inerte, dolorido, alvo de um veículo desgovernado. A colisão. Senti o peso nas faces, mais no peito. O para-choque abrindo o tórax, os faróis.
Que culpa tive se os olhos viram o indesejável? Erro ao definir indesejado aquilo visto? A mente asfixia.
O sossego obstruído por palavras que despedaçaram-me por inteiro. Es tou em pe da ços. Sangue estagnado, não sinto o fluxo nas veias, olhos enegrecidos pela noite irreparável. Vazio. Não vazio, porque a dor preenche. Angustiamente cheio, precisando expelir, purgar estas dúvidas e receios que me rodeiam. Alacridade demolida, o corpo em escombros. Preciso enfrear-me quando o chão faltar aos pés, dosar a virulência da aflição, gota por gota. Viver exige esse controle: não se perder nas variáveis.
(pero los pies duelen).
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
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Um comentário:
É o mais dificil não se perder nas variáves.
ta se garantindo cada vez mais
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