o fim da madrugada trouxe
ao lado do sol azedo
mal-estar
espanto-me com a fragilidade que me transformei
vidro rachado
ao me entregar à tua existência
como se fosse a minha
não mais sou único
meu espírito abriu mão de uma parte (grande parte)
para encaixar o teu e unir
nossos laços carnais em além
o amor que transgride o táctil
atrofiado sem tua respiração por perto
apelei ao sono tranquilidade
que não veio
mas, sim, distância latejando os sentidos
não consigo afirmar em que cômodo da casa estava
quando te liguei para retornar a mim
a lucidez tecendo meus pelos
eu voltaria ao normal
se não fosse a irritação
o tremor na tua voz
eu mais que ouvi, vi
a dolorosa reação do outro lado da cidade
perfurando-me o peito de mágoa
outra vez mais perdido
outra vez menos sereno
suplicando ao Pai, ou aos Tios e Avôs
que o ferimento seja superficial
precisamos sentir o vento puro em meio ao ar enegrecido.
as pequenas fúrias geram o furacão
a que todos temem adentrar
aquele que arranca Maria de João
sem vestígio, só cicatriz perpétua
cuja fisgada anestesia alguma ameniza.
domingo, 18 de outubro de 2009
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