era ano de copa do mundo
como hoje
papai entregava-se ao álcool
o cheiro de vinho barato
cada gole representava uma desistência
era ano de festa
de ditadura
foi-se assim
nem no pódio ficamos
era 6 de julho
quando cresci pela primeira vez na vida
e abortei meus pais.
é ano de copa do mundo
como ontem
a televisão do quarto mostra as tempestades de fora
com as minhas ninguém se importa
maldito hospital de mortos
é ano de festa
de eleições
assim será
medalhas tilintam distante
é 27 de abril
finalmente cresço pela última vez na vida
minhas crianças perderam a memória.
terça-feira, 27 de abril de 2010
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Um comentário:
puta que pariu alexandre!
escreve, mas não humilha.
tais escrevendo cada vez melhor, cabrón.
abrass
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