quinta-feira, 16 de junho de 2011

sobsolo (ou subsolas).

Dentro das águas de tuas olheiras,
que é onde dormem as abraços da cidade,
ressonam facas e baionetas
(são) meus erros em achar
que quando finco semáforos no caminho
é amostra suprema de amor.

Recolher tuas unhas roídas
montar delas mãos
clarear o quadro negro
ser lupa, limpo
anti a lepra que te suga
para longe dos meus antebraços.

Mas segues a vontade dos calcanhares e panturrilhas
ávidos por paisagens inenarráveis
se aventurar
mesmo se, no intermédio, seja necessário pisotear costelas
afastar, aos chutes, polegares
podiam ser os meus (e são)
há mais que pedras.

E depois de amanhã,
quando estiver minha boca
na boca rachada de algum pedaço de chão
onde aterrissarão teus pés
sem o trem de pouso dos aviões?