domingo, 18 de setembro de 2016

sublimes ares.

a profunda beleza 
o estado de graça 
músicas que colhemos no caminho
das descobertas compartilhadas
habituar-se à felicidade
mesmo em dias de nuvens 
com você, o sentido em cada 
gesto, verbo, explicação do mundo
nos milk-shakes mais doces
ou nos exemplos mais salgados
nós nas gargantas, desatados
nós nas varandas, atados
pelo laço que nos liberta 
amor palavra limitada
mas a que mais se aproxima
da tradução de nosso ser

te dei três rosas
e nomeei cada uma delas
eu, a mais feliz
te, a mais linda
amo, a maior das três 
e te daria mais seis
uma floricultura inteira
aqueles campos incríveis
de fotos de computador
nada seria suficiente
nada se compara, eu sei
alguém já escreveu isso antes
talvez alguém esteja a dizer a mesma coisa
em outro bairro da cidade
em outro canto do planeta 
mas a mim me importa eu
minha vida é única 
e ela tem sido você
ela tem sido compartilhar
ela tem sido aprender
ensinar, errar, derramar
lágrimas de felicidade
e copos de água na sala

o filme na TV, pouco importa
eu levo essa casa
numa sacola ou na minha mochila rasgada
divido o colchão
arrumo um cavalo
e ensino o caminho do teu coração 
da tua alma estrada de cores
pra eu nunca sair daí
meu corpo no terraço 
a pele leve que flutua
toco teus olhos 
com o perfume das palavras

viver é andar de mãos dadas e conseguir olhar o sol.






quinta-feira, 8 de setembro de 2016

uns lampejos.

pela maneira que olhas
encontraremos uma maneira
de viver sem as serpentes
do egoísmo e seu lodo
pela maneira que olhas
haverá travesseiros
pétalas de café morno
o dispensável na dispensa
pela maneira que olhas
seremos janelas
e nos limparemos
da sujeira involuntária de viver.

lá dentro, a cristalinidade
no centro das saudades
mais puras de ser
um amor encaixado
pele a pele, sem apelo
no peito um candieiro
que dissipa toda névoa
me olhas, te olho
os lunáticos vivem em sonhos
somos, então, lunáticos?
a rir das bobagens
e chutar baldes invisíveis
enlouquecemos por amar
e nunca estivemos tão
elucidados.