domingo, 4 de dezembro de 2011

Ganido.

Como um louco de suores esparsos
garrafas embrulhadas dentro de si,
atrás das luas atrás dos postes,
estrangulo o apetite que rodeia o prepúcio
entre pernas, almas e cabeças sem fim
serafins e estripadores de cornetas pernetas
tetas, ampulhetas , aquela outra que também rima
que mérito têm as rimas se há dor há dias
passam pesados, elefantes e pianos
a vida no corre-corre estagnado das paixões
e eu centralizando suas faltas de sentido em versos pueris
Whitman, Ginsberg, Borges rindo-se da imaturidade dos caracteres (porque eles tudo leem)
casto de precisão e direcionamentos
leitores, alguns, já marchando para as últimas sílabas
permitidas pela paciência curta
outros, observadores, catando girassol em meio ao lixo
ao excesso de imagens fotografadas por metáforas
que quadro crias, quando sugiro
"nossa ternura em galopes, agitando a frieza do lago
longe dos semáforos, na gangorra de deuses
a fumaça das bocas semi-abertas em colapso
fluindo, fluindo, ao ar, aos nossos espíritos"
imaginaste os corpos
apenas as contrações em demasia
ou também a suavidade de um sentimento
sua própria perversidade
assim me entrego momentaneamente aos olhos-juízes
na única certeza de querer sobressair-me
de fazer brilharem os olhos
daqueles cuja ofuscação faz nascer e cultivas os heróis da humanidade
que nada mais são que
meros pacientes terminais.