sexta-feira, 13 de maio de 2016

de olhos bem fechados.

dos parques do Alasca
aos sorvetes derretidos
nas praias abarrotadas
uma mão que treme
ao toque frio da solidão
meus pais nunca voltaram
da viagem ao mundo das coisas
o estado das coisas
que não tem capital
nem bandeira
nem marcha uniformizada
a madrugada tem dessas coisas
um homem no hospital
o giro da polícia
meus gemidos de animal
debaixo da ponte vi Jesus
observar a humanidade e seus canais
esgoto, riso, sangue, sinal no alerta
nos olhos do Mestre pensei
ter me visto quando criança
que bobagem a minha
de querer ser especial
preparar-se
porque Jesus voltará
o ser humano não mudou
eu o vi debaixo da ponte
ele voltou,
ele nunca foi,
ele todo dia pede um pão
e não tem sequer cama pra dormir.

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