sexta-feira, 12 de junho de 2009

Amio.

Há indagações batidas. Deus existe? O Brasil tem jeito? Existe vida após a morte? A paz mundial é possível? Entre tantas interrogações, a definição sobre o que é o amor me fascina, em especial. Sempre que alguém profere algo sobre o assunto, calo e escuto. É sensacional a pluralidade de conceitos, a convergência de alguns, a insanidade, para mim, de outros e por aí vai. Lembro-me bem, e acho que para sempre, de uma antiga colega de classe que resumia o amor como "poder dizer eu te amo durante um boquete e não preocupar-se em soar meloso nem promíscuo". Achei fantástica, em específico, a utilização do "meloso". E é, de certa forma, totalmente coerente a afirmação da moça. Mas não gosto de compactar, numa frase ou duas, algo tão gigantesco e desconhecido como o amor. Amor. Quatro letras que causam morte, vida, lágrimas, que nos impede a alimentação e fraqueja nossos atos. Duas vogais somadas a duas consoantes que multiplicam sentimentos mais diversos e rompem barreiras divisórias.

Não ouso defini-lo, só o observo. Entendo o amor como o percurso de um rio. Inicia-se como um fio, e cresce. A nascente se expande e atinge níveis estonteantes. Vêm as tempestades, os galhos, as jangadas, o lixo atirado, os peixes a nadar, a morrer, o sol que banha e evaporiza. Às margens, inúmeros elementos que contribuem para a complexidade do flúmen. Árvores analisam a movimentação aquática, animais deleitam-se com sua beleza e outros apenas a invejam. Alguns têm quedas d'água. Mas, da queda, da violência gravitacional, vem a serenidade, às vezes ensanguentada, porém amena, sem ondas revoltosas nem traiçoeiros ventos. E a fluência estabiliza-se. Uns desembocam em lagos, outros no mar ou noutros rios. Portanto, um rio não acaba. Assim como um amor verdadeiro. Ambos só precisam da confluência, da junção de forças para permanecerem vivos. Se poluírem, paciência. Se a seca intervir, espera. Se é amor, realmente amor, a chuva traz de volta.

7 comentários:

Afense disse...

O amor é o que mesmo alexandre?
"É a mordida dum cachorro pitbull..."
Já diria quem?
ALGUÉM!

é peso meu amigo, mas é um peso que todo mundo adora ter que carregar!

falouras!

Luiza Judice disse...

"Achei fantástica, em específico, a utilização do "meloso"
Haha, fantástica pela ambiguidade também.

Belo post.
Mas não vale eu falar isso aqui, porque todos os seus são.

É, o amor...
TENSO, rs

:*

laís sampaio disse...

'se é amor, realmente amor, a chuva traz de volta.'

depois dessa, eu espero a tempestade!

Lorena Tabosa disse...

Perenizar o amor, não apenas em seu conceito, mas em sua existência, é o que todos ambicionam...

lindo texto perene!

Ardiles Bispo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ardiles Bispo disse...

E se eu defini-lo como algo ilusório, inexistente?

Posso ta errado, mas posso tá certo..

Amor poder ser todas essas demasiadas definições populares.

Quanto pode ser a de alguem que não perde tempo definindo algo tão utópico.

danylo disse...

Porra alexandre...