sábado, 9 de abril de 2016

Preste atenção: o mundo é um moinho.

Andar a cidade, torcer para o suor expulsar, minar esse desconforto. Acordei contigo do meu lado, senti tua presença pela casa, bailando pela ponta dos pés. Levantei com a impressão de estar incompleto, sem dentes pra sorrir feliz e despreocupado. Me peguei irritadiço, sem prumo, dirigindo pela cidade que, ao teu lado, parecia filme, cenário de livro, o lugar do qual pertencíamos. Hoje quis sair daqui. Sair de mim, principal causador disso tudo. Senti saudade do teu beijo, mas isso você não precisa saber. Porque do tamanho que é tua luz, reverterás esses dias mais obscuros e voltarás a encontrar tua paz que tanto me acalmou. Eu, não sei. Pode ser da vida acostumar. Hoje queria chorar contigo, na tua frente, pedir desculpas, comprar um hambúrguer, cantar duas músicas, fingir que nada, absolutamente nada de doloroso aconteceu e seguir nosso caminho. Talvez amanhã eu lide melhor com tudo isso. Hoje, não.

***

estou no meio da estrada.
eu sou a estrada parada
eu sou a curva que some
eu sou o asfalto rachado
eu sou o espelho da humanidade
que ainda tenta encontrar o Grande Mapa
para retrilhar o caminho dos perdidos.


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Levanta a cabeça. Abre bem os olhos. Encara o medo dentro do olho e não tente mandá-lo embora. Ele que fique. Ele que tente começar a gritar. Ele que bata na minha cara. Faça o que quiser. Eu aguento. Que a minha alma suporta tudo.

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