quarta-feira, 20 de abril de 2016

Vida que bate.

enche-me de sal
pois teu mar me hidrata
lava-me de sol
e meu campo forrar-se-á
com teus delicados dedos
complicados meios
percorri até te achar
tantos sinais e sinos
assassinos precisei matar
nasci, morri até te achar
numa manhã gelada de julho
naquela noite sem vento e sem cor
quando o silêncio apagou
todas as luzes da casa
e me expulsou a cuspes.

sem pele, fui
sem barba, fui
com medo
com nada
além desse amor em lava
fui
até te ver nua
coberta com as nuvens
da dúvida
nos olhos, a vida
da cidade
o metrô,
as passarelas,
as meninas de fone,
os senhores com fome,
minhas poesias jogadas
em uma praça sem nome,
tuas pupilas, tuas retinas
escrevendo-me teorias
hipóteses do nosso século
estamos vivos, elas me disseram
e só quando baixei as pálpebras
acreditei enfim


por tudo que respira.





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