sábado, 11 de fevereiro de 2017

pão de cada dia

por entre tuas coxas
deslizar meus dedos
abre-alas
amanhecer o dia
molhando-te a pele
banhos de saliva
leve beijar teus lábios
maior e menor
e escorregar
desdobrando-se paredes
iluminando covas úmidas
deliciosa brincadeira de caça
como quem rasga e mastiga
consenso de corpos
nossa sublime arte de submergir e
emergir, exaustos
instantes de arremate onde
amorpaixãoloucura alimenta
e cura,

horas de mundo ignorado
o relógio das nuvens mais lento
na infância não se ensina
que podemos flutuar?
refazer-me em teu seio
remodelar-te em minhas mãos
artistas dessa fome de viver
nosso pão
nosso papo
nosso papel revelado
se elevar.

Nenhum comentário: