quinta-feira, 27 de agosto de 2009

peAce

Quantas fisgadas fazem o amor? Meticulosamente doloridas, sentidas mais pela alma do que pelo próprio corpo. D'onde vem o sangue borbulhante? Sem corte ou arranhão de criança, cujas veias ameaçam escapolir dos braços e do restante. Sabe quando o coração inverte de função com o cérebro? E, no comando, exige abrigo? Abrigo que só ela fornece ao aprisionar minhas mãos nos quadris, rigorosamente dilacerando o controle enquanto o peito treme e aquece. O equilíbrio do meu universo umbilical depende, sobretudo, da presença. Dela. Como a gravidade é para a Terra. E perdendo a noção de dia e noite, entrelaçar pólos sem castigar as leis dos hemisférios.

Não há nada semelhante ao privilégio de compartilhar vidas. Uma na outra, acesas à escuridão da noite, onde o silêncio dos que dormem é contestado por nossas respirações ofegantes e unhas que arranham. O couro cabeludo, a pele arrepiada, membros ensopados pelo suor revelador dos amantes. E o mundo é esquecido, nada além da porta importa; a paz ininterrupta.

Enquanto houver o mar, amor não faltará destas mãos que a ti tremulam.

3 comentários:

Lucas disse...

Sensacional, meu amigo!

Diego Blues disse...

a melhor parte disso tudo
eh isso!!!!

Luiza Judice disse...

Seus textos sempre fortes...

Sobre o Vanguart, foi maravilhoso, Alex!
Pouca gente, ótiam performance dos caras, sessão de autógrafos e no final ainda brncamos (eu e umas meninas do curso) de jornalistinhas e eles nos cocnederam uma entrevista :)

Quando estiver editadinha eu te mostro ;*