sexta-feira, 25 de setembro de 2009

de que sinto mais falta?

do movimento das nuvens
observado calmamente
por nossas pernas descansadas
no sofá, na cama do lençol azul
como os dias eram sempre saboreados
pressa apenas em amar
há tempos a calma não me visita
aquela, que adormece sem medicação
e transcende aos sorrisos
a nova década por chegar
anseios elevados a dez
porque o mundo nunca esteve tão obscuro
a luz ofuscada pelo sangue, mais preto
do que vermelho
eu vi leões definharem à morte
eles, logo eles,
da garra inesgotável, grudados no concreto devastador
e eu não lembro de algum ter se reerguido
realmente não lembro
me parece, às vezes, que o rumo desandou e não tem volta
simplesmente desistimos
deitamos no campo de batalha e nos entregamos às dificuldades
e os remanescentes guerrilheiros caem,
mais uma vez e sempre,
com o chumbo invadindo-lhes os corpos
buracos entre buracos

o Brasil é uma cavidade que palpita.

(até que me provem o contrário).

Um comentário:

Diego Blues disse...

mas o sporte venceu domingo pô fica triste não