sexta-feira, 6 de março de 2009

Estaticidade pós-vômito

"...Quanta urgência nesse sentimento!
Urgência de inverter a rotina, de inovar na narrativa da vida
sair nu, ir à lua
Por que eu não posso ir à lua?
Eu, carnal, eu que defeco, urino
também faço a barba
rala, no ralo
permaneço, e vejo
o sol que, ao invés de clarear as mentes, arde e queima a carcaça
junto à fumaça que embaça a vista
Santa vista!
melhor ser cego, nada à vista
simplesmente ouvindo o mutismo no ar
Mas vejo, tenho missão
Qual minha missão?
Esqueci o manual, suas instruções
e não pretendo encontrar
Porque eu não quero dizer bom dia
na chuva, na neve, no deserto, no crepúsculo, no almoço
não me importa onde, quando, como ou para quem

Eu apenas não quero dizer bom dia."

Completamente despido, senti o frio confuso do silêncio dos olhos de Alice. Nada pulsava. Nem a lágrima que arriscava me escapolir ousou se mover e conteve-se, contrariada, aos cílios. Eu estagnara o universo.

2 comentários:

Luiza Judice disse...

Nem sei o que comentar sobre as coisas que você escreve, menino Alex, apenas que são lindas!

:*

laís sampaio disse...

own! *.*