quinta-feira, 23 de julho de 2009

entreatos

A vivacidade das madrugadas transpirantes
solene troca de calores e suspiros
renderam-me o direito de querer
sempre querer
mal acostumado, de exigir sem abrir a boca

Paginei os momentos, os moldurei ao teto
porque na parede seria injusto, é necessário altura
que esteja à altura do sentimento compartilhado
no chão da casa vigiada

E quando não tenho, a faiscação de nossas matérias
amoleço injustamente, desanimado
por padecer à sombra da solidão de um quarto oco
sem teus passos a me acalentar a nuca
desprovida de arrepios

Pensamentos coléricos debatem-se em minha mente
sobre a intensidade do amor, a incerta perpetuidade
pessimismo que grita 'nada dura' aos meus ouvidos
então caio no lago que eu mesmo encharquei

Logo passa, porém, com o sono semi-dormido
entre sonhos e espirros acordados
o sol raia e a pele é trocada
eu, tão jovem quanto velho
banho o corpo e vou ao teu encontro

Novo, como ontem.

Um comentário:

Lorena Tabosa disse...

a cada dia consegues me emocionar mais. :)

great!!