sexta-feira, 17 de julho de 2009

that's why

Sabe, nossas angústias inesgotáveis nada mais eram que efêmeras, foram-se com as nuvens. A lacuna perante a família, como a ausência do pai descoroçoou a convivência. Tudo doía horrores. Mas há o tempo. Hoje tudo aquilo simplesmente me parece bobagem, os hóspedes que martirizam um dia vão. Dos hematomas dissolvidos na água dos dias sem freio, todos desalojados da minha pele, lembro atualmente com deboche. Temi por muito tempo a solidão que tantos aconchegam, lívidos pela ausência. Tremi os membros até ter os teus, sob os meus e quente, transpondo tua fragrância à minha. Hoje, não tão bambo, caminho com menos fisgadas aos joelhos. A mente ainda não espulgada, porém, me identifica com o passado e com os anos que jamais vivi, apesar do registro nos documentos. O velho que não cresceu, indagativo como um turista cuja jornada é conhecer todos os importantes locais da cidade que visita. E, dos idosos, a vulnerabilidade é o que mais em mim se encontra, agora mais do que nunca. Agora que me despi aos teus ouvidos didáticos e reencontrei a leveza de ser. Sou, desde então, teus dedos; abrigado em tuas mãos não importe o dia. E o encanto ao adentrar teu universo corporal, poro por poro, edifica meus calejados pés.

Por isso,
caminho.

Por ti,
caminho

2 comentários:

Lorena Tabosa disse...

"Hoje, não tão bambo, caminho com menos fisgadas aos joelhos."

e o 'cooper' tá liberado. =)
excelente!

Luiza Judice disse...

Nunca sei o que comentar nos seus posts, menino Alex.

Não posso querer interpretar além do que está escrito e não posso também achar tudo que você escreve menos do que ótimo :*