domingo, 9 de maio de 2010

madre.

não escrevo para ninguém
frase batida
tida como simplicidade maquiada
admito, de rosto nu
hoje direciono minhas composições a ti
dos ouvidos sempre abertos
das mãos ávidas por me acarinhar
cujos clamores me doem como uma tesoura recortando a gengiva
tu que me proteges
um edredom blindado
que estia a tempestade para o molhado não me gripar
hoje,
com extrema dificuldade e cautela,
tento desinibir os dedos
e te presentear adequadamente.

quantas vivências
guerras e carnavais
minha miopia atenuada a cada ensinamento
por mais avinagrado
se hoje evoluo, é porque foste a escada
se diferencio o postiço do coração
tudo cabe a ti
suportar atrocidades com leveza na alma
que dificuldade é te escrever
o sono embaralha
uma rajada de palavras sem sentido tentam escapar
seguro e amarro como um cavalo áspero
a ordenação do que necessita ter vida
carregar ao concreto uma infinidade de sensações.

hoje é teu dia
todos são, aliás
mas hoje foi o escolhido por alguém
pelo sistema
não interessa
hoje é preciso não deixar-se esquecer da beleza
do teu espírito
e teu esplendor


mãe,


mais que um elogio
aqui agradeço o privilégio de ser um filho teu
de ter o eterno aconchego do ventre materno
poder rir, chorar, gritar
e ser compreendido.

meu amor não é de guardanapo.

é atmosférico,
e transcendental.

por todas as vidas.

2 comentários:

Anônimo disse...

O maravilhoso é ter voce como filho....... por todas as vidas....
bjs, Madre.

Anônimo disse...

Foi lindo e é verdade tudo isso que vc escreveu e eu estou muito orgulhosa do meu tio!