sábado, 4 de julho de 2009

paleozóico.

Odeio ter que escrever. Não suporto, às vezes, essa necessidade filha da puta de pôr pra fora.

Hoje, queria uma gilete. Abrir-me por inteiro, sem receio de infeccionar. Queria dizer o quanto temo, o quanto penso, o quanto inundo, o quanto amo. Gostaria de ter certeza, uma vez na vida, hoje. Ao menos hoje, apenas hoje. Preciso escoar os hemisférios debruçados em meus ombros; perdi minha fixidez.

Não posso exigir isenção da vida, mas sou nocivo a mim mesmo. Nocauteio-me à escuridão de indagações regressivas, meus rins se contorcem numa valsa desesperada em busca de respostas terapêuticas. A mente variante que vascoleja os resquícios de uma escassa temperança. Eu, triturado há 19 anos pelo consumo gravitacional, suplico: clareza.

O horizonte trepida.

2 comentários:

Camila disse...

Caramba!
Ainda bem que você escreve... põe para fora toda intensidade linda de se ler.

Parabéns...
Intensidade é tudo, pelo menos, na mnha opnião.

Um beijo

Renê Freire disse...

O bom e velho samba da tenuidade